sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

depois das palavras

e depois da palavra ... nomeando, determinando – não só a coisa, mas, através disto, impondo qual a relação com as outras coisas ... sem inocência ou qualquer sentido de importância com a coisa humana ... sim! a coisa! ... não estamos falando das coisas objteos inanimados, mas de tudo ... das portas, chaves, unhas, línguas, linguagens, roupas; dos armários, abajures, conceitos, edifícios ... tudo são coisas que se relacionam. até esta estranheza gramatical logo acima. a coisa gram[atica. a coisa gramatical.
e qual a importância disto? somente porque nós, humanos, temos tal capacidade? ... quem pode afirmar que “ruh, auhh,rauhf” não significa “aquela cara tem comida” em uma espécie animal ... as plantas se comunicam com odores; o medo também se transmite pelo cheiro ... não se precisa ver ou ouvir o seu medo, cheiramos ...
antes de continuar vamos nos situar de uma maneira “racional”: todo erro é uma falha, é um sinal da imperfeição ... como aquela que verificamos quando olhamos nossos dentes, de nossos avôs, netos ... alguns dentes-de-ciso não nascem mais, porém em outros da mesma idade estão lá ... nosso DNA difere de maneira insignificante de alguns primatas e uns três porcento – verifiquem! a informação somente engolida não é digerida, não alimenta. o que somos? um produto de sucessivos erros genéticos que nos permitiram andar em duas patas, falar sem ter um aparelho fonador ... .... mas
e agora? !
a herança da palavra nomeando, determinando; ou a insegurança; ou o medo de reconhecer que aquele corpo doutro lado da rua está do outro lado da rua e não é você e poderia ou não ser ... olhamos apressados ... o relógio de rua marca 14 e 39 ... ou seria 4 e 39 ... tanto faz, já temos a resposta ... aquela que se encontra no ponto de partida ... e este não é o relógio é a última informação que tivemos das horas, a nossa percepção da passagem do tempo, a nossa compreensão das nuvens ... somos nós ... nós nos tornando a medida das coisas ...
quando Collor – um filhinho de papai-assassina metido à besta – e os otários acreditaram na sua “fachada” elegendo-o presidente ... pois bem, quando eLLe sofria o processo de impeachment o que se ouvia era sempre “é lógico que ele sabia do esquema de corrupção!” ... “está com o bolso cheio de dinheiro roubado de nós!” ... “como ele pode afirma que desconhecia!”
o que se queria era o que? puní-lo ou se redimir da besteira de elegê-lo? a espiação é a salvação! a culpa dele iria livrar a culpa dos crentes ...
não tinham a menor importância essa discussão ... no caso dele mesmo que não ganhasse dinheiro com isso, ou algo do gênero, a impropribidade administrativa já era o suficiente. no entanto, isso seria algo legal, de lei, e não legal, de aliviar os crentes, os eleitores ...
as palavras não significam mais nada ... são ajuntamento de símbolos gráficos ou amontoado aleatório de sons, fonemas ... o que hoje impera é a medida que podemos dar a elas ... não o que foi dito mas o que julgamos que foi dito, o que julgamos que deveria ser dito, o que julgamos da intenção do que foi dito ...
não precisamos mais andar armados, apesar de Bush, milícias, traficantes, policiais ... estamos sempre prontos para julgar ... não legisladores, mas juízes determinando as relações das coisas ...
e mais que tudo: exterminadores do outro, não precisamos matá-lo, prendê-lo ... o julgamos sendo a nossa medida; com isso negamos a ele a existência ... a existência de sua própria determinação das coisas, o seu próprio sistema lógico e somos superiores ...
superiores como só os deuses vingativos e déspotas poderiam ter sido.